
MONSENHOR MORAES PARTIU PARA A CASA DO PAI
A 11 MESES DE SAUDADES. Monsenhor Francisco Ferreira de Moraes. Um dos mais longevos sacerdotes da atualidade, o maior construtor do Ipu deixa um rastro de luz sobre a estrada de sua vida! Seguem duas crônicas que sobre ele escrevi: UM HOMEM FELIZ!

Miremos o seu exemplo. É um Homem Feliz! A VOZ DO CORAÇÃO DE MONSENHOR MORAES . Nascido em Crateús, contemporâneo de seminário e sacerdócio do saudoso Monsenhor Bonfim (ou “Tio Zezé”), monsenhor Moraes há honrado a História. Após uma profícua passagem por Nova Russas, fincou suas raízes no Ipu. Ali construiu sua morada definitiva, o lar da alma, a pátria do seu coração. Tendo o coração como fonte, foi mais que um sacro pastor de seres humanos: consciente de que o céu começa aqui, envolveu-se nas terrenas lutas pelo desenvolvimento local, travou o bom combate contra as agruras da sua gente a bafejou o município com incontáveis benefícios no campo sócio-econômico. Seu livro, portanto, brota do mais fértil solo: o coração. Como bem ensinou Rui Barbosa, “o coração não é frívolo, tão exterior, tão carnal quanto se cuida. Há, nele, mais que um assombro fisiológico: um prodígio moral. É o órgão da fé, o órgão da esperança, o órgão do ideal. Vê por isso, com os olhos d’alma, o que não vê em ausência, vê no invisível, e até no infinito vê. Onde pára o cérebro de ver, outorgou-lhe o Senhor que ainda veja; e não se sabe até onde. Até onde chegaram as vibrações do sentimento, até onde se perdem os surtos da poesia, até onde se somem os vôos da crença: até Deus mesmo, inviso como os panoramas íntimos do coração, mas presente ao céu e à terra, a todos nós presente, enquanto nos palpite, incorrupto, no seio, o músculo da vida e da nobreza e da bondade humana”. Emudeçamos! Que se faça um amplo silêncio, um silêncio de catedral sem sino e sem hino, um serrano silêncio de monastérios. Ouçamos apenas a dicção tenaz, a grave voz do coração de Monsenhor Moraes.
(Júnior Bonfim, in AMORES E CLAMORES DA CIDADE)
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